- História ///

Wonderland lost in Disneyland

Bom era o tempo em que cada história tinha seu cenário, mas o tempo interfere no espaço, e a falta dele também, principalmente quando se trata do mundo do das maravilhas: Tempo para sonhar era necessário.
As pessoas não reparam muito nisso, até ter seu conforto quebrado. Eu, Alice, preciso de ajuda. Não peço muito! Só quero que as pessoas sonhem mais, viajem um pouco. Mas não, eles preferem viver a realidade, hoje em dia, com toda essa tecnologia, ninguém mais liga para os sonhos impossíveis em que você voa, nada, pula, brinca. A tecnologia já faz isso pela pessoa, ela não precisa sonhar para voar, ou para lembrar-se de quem está tão, tão distante. Pois bem, eles não ligam, mas farei ligarem, agora que perdi meu mundo dos sonhos, eles perderam a sossego.

— Amanhã as pessoas nos verão. Querendo ou não! — Falei para Dinnah, empinando o nariz.

Assim fui, peguei minha gatinha e parti para pedir ajuda. Eu era a única, a ÚNICA que podia salvar aquilo. Por quê? Por um motivo óbvio: Eu era a única que queria.
Chegando no centro, fiz a maior cena da minha vida, e a mais sincera por sinal. Sentei, chorei, solucei e apertei a Dinnah tanto, mas tanto, que quase matei a coitada de desgosto. Eu não fui com esse intuito, só queria avisar, perturbar, pedir ajuda até me mandassem ficar quieta e eu ganhar por desistência. Ver que as pessoas nem sentiam falta do mundo dos sonhos me arrasou, minha expectativa era conseguir socorro, mas nem falar consegui, cai em um choro que doía até a garganta, e segura-lo doía o peito demais, demais, demais.
A maioria passava direto, ignorava, acho que nem sequer me reconheciam, malditas histórias novas da Disney, esnobes, ignorantes e acho que cegas, elas devem ter parte da culpa nessa história, nem sequer querem saber. Esses curtas antissociais que não falam com ninguém que não seja igual a ele, essas animações 3D. Preciso de alguém da antiga, que realmente se importe com o mundo encantado da Disney e seus Clássicos, e não personagens que ligam apenas, e exclusivamente, para a própria história.