Corações Unidos

Acordei desumanamente mais uma vez, pela gargalhada estrondosa do meu melhor amigo, o Dean. O Dean é um tipo brincalhão, nunca desiste de nada, mas uma coisa é brincar de dia, outra completamente diferente é brincar de noite, quando supostamente eu quero dormir. Olhei para o canto do meu quarto, onde a forma de um rapaz grande, com alguns músculos estava sentado no chão. Além da falta de luz, conseguia ver o seu sorriso e os seus olhos de uma cor sobrenatural, como se fossem cubos de gelo do Pólo Norte.
"Dean, por favor?" resmunguei, sentando-me na cama "Tenho de te implorar que te cales?"
"Oh, vá lá Dawn!" exclamou ele, levantando-se. A sua cabeça quase batia no tecto "Dormir é extremamente aborrecido! Como consegues?"
"Há pessoas que amanhã começam o Décimo ano, sabes?" exclamei, mas sabendo que começaria a entrar em pânico se me voltasse a dar ao luxo de falar daquilo, suspirei e reformolei a frase "O que fazes aqui, afinal de contas?"
"O Davis tem medo que sejas atacada outra vez." disse, seriamente ele "E o Davis pode ser bastante protector, quando quer."
"Algo me diz que isto não tem nada a ver com o Davis." franzi-lhe o sobrolho, tentando perceber.
"Esquece. Dorme."
"Agora não posso." comecei a tirar a camisa de dormir. Na sua presença não tinha problemas em despir-me "Quando é que o Davis volta, por falar nisso?"
"Hoje. Quer levar-te ao Colégio, lembras-te?"
Dei uma chapada na minha própria cabeça. Era verdade! Tinha-me esquecido que o Davis, o amor da minha vida, vinha ver-me hoje. Além de um Verão inteiro sem o ver, sempre a ser vigiada pela sua família, o Davis não parara de me telefonar e mandar cartas. Houve umas vezes que temia pela sua existência, mas logo os meus receios era desfeitos e era feliz assim que recebia uma carta dele. Depois também tinha a Carolina, que ainda me falava, depois de eu adoptar a família como minha.
"Já sei. Esqueceste-te."
"Desculpa! É assim tão mau? Faz-me uma pessoa horrível?" perguntei, de cuecas de com uma camisa de manga curta preta, mas que brilhava com a luz do sol.
"Oh, também não exageres!" exclamou ele, vendo a minha cara preocupada "Não vais ser condenada por isso. Ao contrário de outras pessoas..."
"Já te avisei sobre comentários desse tipo sobre o Xavier!"
"Estava a falar de mim"
"Oh!"
A sério que pela primeira vez fiquei envergonhada e embaraçada na presença do Dean. Não soube o que lhe dizer, mas depressa vesti o resto do meu uniforme. Não olhei para o Dean; tinha medo de o fazer.
Mesmo que ele fosse um dos meus melhores amigos.

Pov Dawn

"Dean!" gritou Sean, lá de fora da casa.
"Sean! Que fazes aqui?" perguntou o Dean, surpreendido.
Não ouvi mais nada, falavam demasiado baixinho. Decidi ir à cozinha; se continuassem a falar, eu ainda tinha tempo de tomar o pequeno-almoço. O típico: cereais e um copo de sumo de laranja. Fiquei curiosa, porque estavam sempre a olhar para mim e o Sean parecia zangado. Zangado parecia ser pouco. Parecia Furioso! O que se passava? Passara o Verão inteiro com eles, porque me olhava assim?

Fim de Capítulo
Desculpem, mas este é só o primeiro. Por favor, digam-me se gostam ou não! É muito importante para mim!

Gostei! É original ou é fic?

podes continuar por mim *o*~ (e se acostume, o povo daqui pode ler mas esquecer de comentar)

alias, esqueci o que é pov x_x~ eu sabia, mas faz tant tempo que não vejo que esqueci x_x~

Olá, muitissimo obrigada por comentares!

Acredites ou não, isto vem tudo da minha cabecinha oca! Escrevo naturalmente, e quero partilhar com vocês! Espero que continues a acompanhar-me Alice!

Bjs*

Eu gostei /o/
Continue postando, por favor *---*

A minha mente era como uma torneira a jorrar água, sem conseguir fechá-la. Todos os meus pensamentos faziam um tornado de ideias que se iam juntando e formando um tornado. Quando fora a última vez em que eu vira a expressão furiosa de Sean? Oh espera! Nunca! Ele sempre fora simpético, sempre sorrira, sempre me olhara docemente, como um irmão e nunca me olhara ferozmente. Onde estaria a Ana quando se precisava dela? O lugar à minha frente estava completamente vazio, o que não é normal.
Uma outra coisa que me confunde e me puxa a curiosidade por um fio é o facto do Davis não me ter vindo ver. A verdade é que morria de saudades dele. Já tinha passado um mês desde a sua última carta e eu começava a entrar em pânico. Outra coisa que me incomodava era o facto de a minha melhor amiga, a Catarina, não me falar. Ignorava-me por completo. Não olhava e tinha uma cara séria fincada. O que não era normal. O que se passava ali? Ninguém me dirigia a palavra.
"Yo!"
Virei-me e vi o Xavier a correr na minha direcção! É claro! O Xavier era o único que não ignorava. O seu caloroso sorriso estava sempre presente e os seus olhos brilhavam como duas estrelas cadentes. É o meu outro melhor amigo. Conhecemo-nos desde...sempre. A pele é tipo café com leite e tem o cabelo ligeiramente mais escuro. Os olhos são verdes e muito bonitos. É muito mais alto do que eu, como o Davis, mas com ele eu sentia mais a ligação de brincar.
"Tudo bem, pikena?" pôs a mão no alto da minha cabeça. Ao ver a minha cara (não sei como estava, mas não devia estar bonita) perguntou "O que se passa?"
"Bem, por onde hei-de começar?" exclamei, tristemente "O Davis" senti o Xavier a ficar tenso ao meu lado "Desculpa."
"Não, continua." disse, de dentes cerrados.
Ele e o Davis nunca se deram muito bem. Nem sei o que o impediu de deixar de falar comigo quando soube que eu era meia vampira, meia humana. Ele é muito coservardor nestes tipos de questões, sendo ele praticamente da equipa dos lobos. A Sara também já sabe que sou metade-metade e quase morri de surpresa quando descobri que ela própria faz uns "truques". Ela é uma bruxa. Faz magia explêndida e se calhar foi isso que me salvou o Inverno passado. Até se dá bem com a família do Davis e com o próprio Davis, mas o Xavier, não. Nunca na vida!, diz ele.
"O Davis, desde o mês passado não me manda nem uma carta, nem sinal de vida. O Sean está furioso e a minha melhor amiga ignora-me!"
"Que insensível idiota deixaria de te dar notícias?" senti a sua voz a tremer-lhe de raiva.
"Eu." senti uns braços a envolverem-me os ombros com força.
Levantei a cabeça e sorri, de triunfo. Davis!
"Tens algum problema, Xavier?" perguntou ele, com um sorriso que eu não gostava nada. Mesquinho, como se a gozar.
"Por acaso até tenho." respondeu ele, e senti a sua raiva a crescer. Oh-oh "Que raio de idiota é que deixa um rapariga ansiosa ao ponto de se preocupar com tudo o que tem à sua volta?"
Os olhos de ambos faiscavam, como se houvesse a possibilidade de lutarem ali. Olhei para Xavier, e vi que os punhos fechados tremiam de forma invulgar. Olhei receosa em volta e vi alunos a olhar e a sorrir, como se um luta fosse perfeito para romper a rotina do dia. Os braços de Davis impediam-me de sair, mas vendo bem, se ele não estivesse a agarrar com a sua total força, tinha hipóteses de sair.
Fiz força e mais força, até conseguir sair da sua prisão. Agarrei os pulsos de Xavier e ele abriu os olhos e olhou-me, surpreendido.
"Tem calma." sussurrei-lhe e virei-me para o Davis "Tu também. Não há motivo."
"Não há motivo!?" exclamou o Xavier, furioso "Ele deixou-te aqui, abandonada, e não há motivo?!"
"Eu não a abondonei!" rosnou o Davis, atirando-se a ele.
Paralisei, enquanto um lobisomem se transformava em lobo e ocupou o corredor todo. Agora, não os podia parar. Horrorizada, via o meu melhor amigo e o amor da minha vida a lutarem, não sabendo quem iria sobreviver.

[b]Fim de capítulo.